O lobo ibérico, em vias de extinção, terá sido responsável, no ano passado, por 2.500 ataques a animais domésticos, acarretando indemnizações de 765 mil euros, mas também foi agredido pelo homem, segundo o Instituto para a Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).
Em resposta a perguntas da agência Lusa, o ICNB informou que, no ano passado, "foram considerados como alvo de indemnização cerca de 2.500 ataques ao efectivo pecuário atribuíveis ao lobo". Este comportamento, principalmente dirigido a rebanhos, correspondeu a um custo de cerca de 765 mil euros. Por outro lado, o sistema de monitorização de lobos mortos, criado pelo ICNB em 1999, permitiu obter "dados extremamente relevantes" relativos à mortalidade causada de forma "direta e indireta" pelo homem.
Embora alerte para a "cautela" a ter na interpretação dos valores, o instituto refere o atropelamento como causa principal de morte dos lobos analisados por aquele sistema (com cerca de 35 por cento do total), seguindo-se traumatismo, tiro ou laço.
O ICNB explica que os delitos dirigidos ao lobo ibérico, como aliás, os incumprimentos no âmbito da conservação da natureza, em termos gerais, "são habitualmente difíceis de detectar" pois são "praticados em áreas de difícil acesso e pouco frequentadas". Do mesmo modo, "é difícil conseguir apanhar os infractores em flagrante", atribuir responsabilidades e obter consequências legais para os comportamentos que vão contra as regras estipuladas.
A protecção da espécie, com a publicação da respetiva lei em 1990, e o pagamento de indemnizações pelos prejuízos sobre os efectivos pecuários atribuídos ao lobo "permitiram reduzir o nível de perseguição directa e travar a grande regressão que se fazia sentir". Uma forma de tentar melhorar a relação entre os homens e os lobos foi retomar uma "técnica" antiga, através da utilização da ajuda de cães.
O ICNB avança o exemplo do Programa de Distribuição de Cão de Gado Transmontano, que tem recebido uma aceitação local "muito positiva". Entre 1994 e 2010, o Parque Natural de Montesinho entregou a pastores e proprietários de rebanhos cerca de 800 cães, o que permitiu uma "redução progressiva" do montante anual de indemnizações por prejuízos atribuídos ao lobo na sua área de intervenção.
Odeio o vosso trabalho
ResponderEliminarAinda bem que existe gente em Portugal preocupado em salvar a nossa fauna.
ResponderEliminar