Em 2002 a águia-pesqueira (Pandion haliaetus) extinguiu-se
como reprodutora em território português. Passados quase dez anos do seu
desaparecimento, a CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e
Recursos Genéticos e ICNB – Instituto para a Conservação da Natureza e
Biodiversidade juntam esforços para reintroduzir a ave em Portugal. O
local escolhido é o Alqueva.
No passado mês de Julho chegaram as primeiras dez águias, metade vindas
da Suécia e a outra metade da Finlândia. A EDP é instituição
financiadora dos primeiros cinco anos do projecto. Foram também
estabelecidas parcerias com a Sociedade Alentejana de Investimento e
Promoção, proprietária do terreno onde se situa a base do projecto, com a
TAP e com a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva.
Na primeira fase do projecto, as aves permaneceram instaladas em
gaiolas, sendo monitorizadas à distância de forma a preservarem o seu
comportamento natural. Em Agosto foram libertadas na barragem do
Alqueva.
Está já em curso a colocação de ninhos artificiais nas ilhas da
albufeira do rio. Pretende-se assim criar condições para a nidificação
das aves libertadas naquela região após dois anos passados nas áreas de
dispersão, geralmente na África Ocidental (Senegâmbia, Guiné-Bissau).
Segunda tentativa
Segunda tentativa
Esta é a segunda tentativa de resgatar esta ave. Já em 1999, perante a
eminente extinção espécie em Portugal, foi elaborado um projecto de
recuperação que previa a transferência de jovens aves de outras
populações e sua libertação neste território.
O projecto contou com o apoio de especialistas de todo o mundo e
chegaram a ser visitados países com potenciais populações dadoras –
Córsega, Escócia, Cabo Verde – e restaurado um edifício situado na Torre
de Aspa, no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina,
para servir de base.
Estas acções foram suportadas financeiramente pelo então ICN – Instituto
para a Conservação da Natureza. Apesar do extenso trabalho
desenvolvido, o projecto acabou por não ter seguimento por lhe ter sido
retirado o apoio institucional do Estado.
Fonte:CH
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