Entrar no Ruowen Pet Spa parece que estamos a ver um concurso canino da máscaras de Halloween. Há uma tartaruga-cão, uma zebra-cão, um homem-aranha-cão, um tigre-cão e até um panda-cão.
Rafael, um pequeno poodle, corre ao longo do cercado como qualquer outro cão, indiferente aos olhares curiosos. O seu pêlo branco-neve foi tingido com verde néon e parcialmente cortado, à excepção de uma parte do dorso, que se assemelha à carapaça de uma tartaruga, conta a Associated Press.
Rafael, assim baptizado em homenagem a uma das tartarugas ninja, é apenas um dos cães tingidos que participa numa exposição naquele spa, localizado no centro da cidade de Pequim e frequentado por cidadãos chineses com poder de compra que aderiram a esta última moda em relação aos animais de estimação.
“Se você sonha com isso, nós conseguimos torná-lo realidade”, diz Sun Ruowen, proprietária do spa, há 10 anos a trabalhar na área dos animais de estimação. A Sun cobra cerca de cinco euros por tingir uma orelha e à volta de 200 para pintar e cortar o pêlo do animal em todo o corpo. A maioria dos corantes dura seis meses antes de os pêlos voltarem ao tamanho original.
Outrora proibido pelo Partido Comunista Chinês, nos últimos anos têm vindo a crescer os negócios dirigidos aos animais de estimação. Este ano, o ano chinês do Tigre, um grande número de cães têm vindo a ser pintados com as cores deste animal.Dos Golden Retrieves aos Pequinois, os cães não estão apenas a ser tingidos, mas verdadeiramente transformados para se parecerem com os animais que os donos pretendem, diz Sun Ruowen. “Tingir os cães é muito popular em muitos países desenvolvidos como o Japão e a Coreia, mas na China irá ultrapassá-los muito rapidamente”, acrescenta.
Contudo, os médicos veterinários têm vindo a alertar os proprietários dos cães para os efeitos físicos e psicológicos que podem resultar no tingimento do pêlo. “Os donos devem procurar spa's que utilizem corantes naturais para não danificarem o pêlo, nem causar irritação na pele”, explica Tiam Haiyan, que trabalha no Hospital Veterinário de Guanshang, em Pequim. “Em termos psicológicos, cães que não estão habituados a serem o centro da atenção podem reagir de forma negativa a toda esta atenção repentina”.
Fonte: JN
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