domingo, 20 de fevereiro de 2011

Hibernação dos ursos negros do Alasca surpreende cientistas

Metabolismo destes mamíferos diminui muito mais do que o de outros animais
 
Os ursos negros do Alasca conseguem sobreviver sete meses sem se alimentarem e sem perderem massa muscular ou óssea. Este "fenómeno" acontece durante a hibernação, cujas características surpreenderam os investigadores do Instituto de Biologia do Ártico, da Universidade do Alasca.

Numa investigação pioneira sobre este processo que decorre no Inverno, os cientistas descobriram que estes animais baixam o funcionamento do seu metabolismo até 25 por cento, um valor muito superior ao de outros animais que também passam pelo mesmo.

O estudo publicado na revista “Science” revelou que estes ursos, no período de hibernação, respiram em média uma ou duas vezes por minuto e que a sua frequência cardíaca desce de 55 batidas por para um mínimo de nove, no mesmo período de tempo.
Além disso, enquanto o metabolismo de outros animais diminui 50 por cento a cada dez graus centígrados que  a temperatura corporal arrefece, o dos ursos sofre uma queda de 75 por cento com uma descida de temperatura mais “moderada” - seis graus.

Estudo pioneiro

Este foi o primeiro estudo que mediu as taxas metabólicas e a temperatura corporal de ursos negros visto que, anteriormente, limitações técnicas impediram o acompanhamento contínuo a longo prazo destes animais.

Nesta investigação, em que foram observados cinco ursos, este contratempo foi ultrapassado com a utilização de transmissores de rádio - que foram implantados em cada um dos animais para  registar a temperatura corporal, os batimentos cardíacos e a actividade muscular - e câmaras de infra-vermelhos, que monitorizaram estes mamíferos, mantidos em estruturas de madeira semelhantes às suas tocas, longe da agitação humana.

Depois das observações, que decorreram no final dos anos 90, os investigadores esperavam que  o metabolismo dos animais retornasse aos níveis normais assim que saíssem dos locais onde hibernavam, mas perceberam que, mesmo com o fim do Inverno e do aumento da temperatura dos ursos (que chegou perto dos 37ºC), a sua taxa metabólica continuou a “meio gás” e só estabilizou passadas duas ou três semanas.

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